terça-feira, 3 de julho de 2018

RAMATÍS E VOVÓ MARIA CONGA - ELUCIDAÇÕES SOBRE A MECÂNICA DE INCORPORAÇÃO.

PERGUNTA: - Embora a mecânica de incorporação tenha sido esclarecida em capítulo anterior, podeis explaná-la resumidamente, principalmente quanto às características das manifestações mediúnicas e atuação na magia das entidades, em cada uma das linhas vibratórias ou orixás?

VOVÓ MARIA CONGA: - Que fique claro que os orixás vibram em todos os chacras. Para o entendimento dos filhos, comentaremos as posições mais vibradas em cada chacra. Iniciemos por Oxalá, que vibra mais no chacra coronário e tem seu "receptor" no corpo físico na glândula pineal. As manifestações medi únicas se dão por um leve roçar no alto da cabeça, que se propaga como uma espécie de friagem até a altura do tórax. Atuam basicamente pela irradiação intuitiva, pela inspiração e clarividência. Na magia, atuam coordenando o equilíbrio planetário. São os mestres que orientam o movimento de Umbanda, e em geral são os mentores de pontos de doutrina. Alguns nomes de entidades: caboclos Urubatã da Guia, Guaracy, Guarani, Aimoré, Tupy, Ubiratan e Ubirajara. Yemanjá tem maior receptividade vibratória no chacra frontal e na glândula pituitária. Manifestam-se serenamente, com beleza e suavidade. Dão um pequeno balanço geral e levantam os braços no sentido horizontal, tremulam as mãos e balançam a cabeça. É muito rara a incorporação, pois atuam na irradiação intuitiva e no corpo mental do médium. Não dão comunicação ou consultas, e, assim como a linha de Oxalá, são valiosos colaboradores, e algo silenciosos. Na magia atuam nas limpezas astrais pela movimentação do elemento água e dos espíritos da natureza, ondinas e sereias, ligados a esta vibratória. As vibrações desse orixá mantêm as forças das marés pelo magnetismo lunar, importantíssimo para a vida no planeta.
É comum chamarem-se de caboclas Yara, Estrela do Mar, Indayá, Inhançã, Nana-Burucum, Oxum. Yori vibra no chacra laríngeo, sendo a glândula tireóide sua receptora. Agem diretamente na fonação. Em geral gostam de falar. Suas incorporações vitalizam o complexo físico, etérico e astral dos médiuns e do ambiente. Emitem seus fluidos inicialmente pelo chacra frontal, "pegando" harmonicamente o aparelho, movimentando bastante os braços e pernas. Na magia neutralizam quaisquer fluidos enfermiços por suas vibrações puras, inocentes e de grande sabedoria. Em geral, se manifestam para "fechamento" dos trabalhos das demais falanges, deixando equilíbrio e paz para os consulentes e médiuns. Alguns nomes dessa vibratória, que se apresentam como crianças: Tupanzinho, Mariazinha, Chiquinho, Damião, Doum, Cosme, Jureminha.
Os justiceiros de Xangô vibram com mais intensidade no chacra cardíaco: glândula timo. Na mecânica de incorporação, "ligam-se" ao chacra cardíaco pelo corpo etérico do médium, alterando a fisionomia e a voz, e o ritmo de batimentos do coração. Os filhos sentem inicialmente uma sensação de entorpecimento que vem pelo alto da cabeça, atingindo o pescoço, fazendo o aparelho rodar, pois alteram a freqüência do corpo astral e, rodando o médium, conseguem um ajustamento para a perfeita manifestação. A respiração fica ofegante, produzindo, na maioria dos casos, alguns "arrancos", decorrência da contração do corpo físico que está em rápida adaptação sensorial. As incorporações são fortes e marcantes, mas isso não quer dizer exibição ou agressividade, que ficam por conta do animismo dos médiuns. Na magia, trabalham retendo as entidades sofredoras e magos negros, levando-os para os tribunais divinos, onde se restabelecerá o equilíbrio cármico. Corrigem erros e desacertos. Alguns caboclos dessa linha: Ventania, Rompe-fogo, Sete Montanhas, Pedra-branca, Sumaré, Sete Pedreiras.
Os "guerreiros" de Ogum vibram mais no chacra gástrico ou solar: glândulas suprarenais. Produzem na fenomênica mediúnica alterações fortes, fisionômicas, psíquicas e vocais. Representam aproximadamente 70 por cento das entidades manifestantes pela mecânica de incorporação. A ligação fluídica com o aparelho começa pela cabeça, fixando espécie de roçar ou friagem nas costas, tornando a respiração arfante. Quando "pegam" o médium dão um meio giro com o tronco, e levantam os braços, cerrando os punhos. Esboçam alguns mantras com assovios e brados. Na magia, atuam pronunciando sons cósmicos com os quais comandam os espíritos da natureza, preservando o médium e higienizando o ambiente. São os "guerreiros" vencedores de demanda, que combatem com heroísmo e valentia a escória do Astral Inferior, retendo-os e entregando-os para o encaminhamento das falanges de justiça do orixá Xangô.
Alguns nomes desta vibração: caboclos Ogum Delê, Rompe-mato, Beira-mar, Megê, Yara, Humaitá, Sete Espadas.
No chacra esplênico (baço) temos a posição mais vibrada de Oxossi. A ligação com o médium começa com uma sensação de friagem, que vai até as pernas, e dão ligeiros tremores nos braços. São entidades suaves, que falam calmamente, sendo seus passes e consultas realizados em harmonia e calma. Na magia, são exímios manipuladores das energias expansíveis da natureza, tendo no elemento ar a sua representação. Atuam como xamãs curadores, extraindo do médium o ectoplasma necessário aos trabalhos de cura. Agem na coesão molecular dos órgãos etéricos, realizando enxertos e recompondo tecidos enfermiços, de encarnados e desencarnados também. Seguem alguns nomes de entidades dessa vibratória: caboclos Arranca-toco, Cobra-coral, Tupy-nambá, Jurema, Pena-branca, Arruda, Araribóia. Finalmente, a vibração em que atuamos com mais desenvoltura no mediunismo de Umbanda, a do orixá Yorimá, ou pretos velhos, que vibra mais intensamente no chacra básico, também conhecido por genésico. Há uma glândula do tamanho de uma ervilha situada na base da coluna vertebral, ou cóccix, que é receptiva ao "toque" etérico para manipulação das energias do Kundalini. Atuamos na mecânica de incorporação produzindo alterações na fisionomia, mas sem que os aparelhos percam a suavidade do conjunto. Geralmente os filhos curvam a cintura pelo desfalecimento das pernas, já que atuamos fortemente no chacra básico.

A ligação fluídica com o médium começa com certa friagem pela fronte e que rapidamente desce pela coluna vertebral causando um certo amolecimento, espécie de desfalecimento que leva o aparelho a curvar a cintura. É oportuno salientar que muitos pretos velhos atuam pela irradiação intuitiva, mais diretamente nos chacras coronário e frontal, e que não precisamos estar "incorporados" para as consultas e curas. Na magia assim como as entidades de Oxossi, somos exímios curadores e manipuladores de ectoplasma, já que vários de nós foram magos de outrora, do antigo Oriente, do Congo velho e Etiópia. Atuamos com maestria em desmanchos de feitiçarias, de trabalhos de magia negra, dissipando fluidos pesados e deletérios. Somos ainda utilizadores dos espíritos ligados à natureza, gnomos, duendes, silfos e salamandras, fiéis executores de nossos comandos mentais para o bem e cura. Alguns pais e vovós desse orixá: Pai Guiné, Pai Benedito, Pai Joaquim, Pai Tomé, Vovó Catarina, Vovó Cambinda, Vovó Angola.

DO LIVRO: "EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL" RAMATÍS e VOVÓ MARIA CONGA/NORBERTO PEIXOTO - EDITORA DO CONHECIMENTO.

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