sábado, 15 de julho de 2017

ERVAS PARA TRABALHO

Tais como Imantação de Otás, Materiais de Culto, para o ORI, são elas: Obi; Orobô; Urucum; Dandá; Erva de Passarinho; Pimenta; Bejerecum; Bálsamo de Tolu; Choupo; Amansa – Besta; Canela; Aridam, entre outras.

Amacis – Oxum, Ogum, Cosme e Damião e Sete Linhas

Oxum
2 panos brancos e virgens
folhas de guiné
folhas de Lágrima de Nossa Senhora
folhas de boldo
ramos de manjericão
folhas de alfazema
ramos de arruda
1 flor branca
Substituição: Folha de mentruz, alecrim, hortelã e poejo
Regência: Cachoeiras, lagos, riachos
Cor: Azul escuroOgum
2 panos brancos e virgens
espada de São Jorge
Obs.: Não tem substituição
Regência: Calçada da Calunga pequena (lado de fora) e estradas
Cor: Vermelho e brancoCosme e Damião
2 panos brancos e virgens
ramos de trevo
ramos de alfazema
ramos de camomila
ramos de alecrim
ramos de manjericão
ramos de poejo
1 flor branca
Substituição: Folha de boldo, amaro e erva-doce
Regência: Nos jardins
Cor: Rosa e azulSete Linhas
2 panos brancos e virgens
ramos de arruda
folha de boldo
folha de comigo-ninguém-pode
folha de couve manteiga
folha de samambaia do brejo
espada de São Jorge
folha de goiaba
Substituição: Folha de café, manjericão ou alecrim
EGUNITÁ é a Orixá Cósmica apli­cadora da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados. Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos emocionais dos seres de­sequilibrados, desvirtuados e viciados.Orixá: Egunitá Elemento: FogoSentido Divino: JustiçaFator principal: Consumir, purificar, energizar
Atribuição: Purificar o emocional humano
Ervas Quentes: Arruda, buchinha do norte, cânfo-ra, eucalipto, jurema preta, urucum fumo (tabaco), pára raio, tiririca, comigo ninguém pode, limão.
Verbos atuantes nas ervas quentes: Queimar, consumir, aquecer, fundidor, fusor.
Ervas Mornas: Açafrão Raiz, Alfavaca, Arnica do Ma­to, Ca­lêndula Flor, Canela, Arte­mísia, Carapiá Raiz, Chapéu de Cou­ro, Cipó São João , Erva de Sta Maria – Mentruz, Girassol – Semente c/ casca, Guaraná Semente, Imburana Semente, Incenso Resina, Laranja Amarga Casca Fruto, Laranjeira Folha, Louro.
Verbos atuantes nas ervas mornas: Energizar, inflamar, excitar, estimular.
Flores: girassol, begônia, flores do campo
Portais de cura: calcita laranja, rodelas de limão cravo, velas laranja e vermelhas, carvão, azeite de dendê.
Frutas e alimentos: moranga, morango, frutas vermelhas e frutas cítricas – limão cravo, mexerica, laranja, etc.
Banho / Amaci – purificador ou cura: arruda, eucalipto, tabaco, para raio, folhas de limão, aroeira, jurema preta, folhas de gengibre, açafrão (cúrcuma), cebolinha
Banho / Amaci – apresentação, gira ou iniciação: calêndula, santa maria, artemísia, flor de girassol, imburana, louro, laranjeira
Firmeza à esquerda: carvão, pimentas de todo tipo, tijolos de forno antigo, peças de caldeiraria.
Orixá IansãIansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos emocional.Elemento: Ar – (em movimento, a ventania)Sentido Divino: Lei
Fator principal: Direcionador, movimentador
Atribuição: Direcionar e movimentar os seres no sentido evolutivo
Ervas Quentes:
buchinha do norte, cânfora, espada de sta. Bárbara, quebra demanda, mamona, picão preto, bambu, fumo (tabaco), para-ráio (sta. Bárbara), tiririca, vence demanda, pinhão roxo.
Verbos atuantes nas ervas quentes:
Arrastar, arrebatar, dissipar, fulminar, remover, …
Ervas Mornas:
Pitanga folha, peregun rajado, alfavaca, calêndula, camomila, cana do brejo, capuchinha, cidreira, cavalinha, chapéu de couro, cipó cravo, cipó s. joão, santa luzia, girassol semente, imburana, jurubeba, laranjeira, losna, sabugueiro, folha do fogo, pinhão branco.
Verbos atuantes nas ervas mornas:
Mover, movimentar, direcionar, espalhar, empurrar, agir, vibrar,…
Flores: impatiens, palmas amarelas e vermelhas, açucena, tulipa, primavera (bougainvilea)
Frutas e alimentos: pitanga, laranja, abacaxi, grãos.
Banho / Amaci – purificador ou cura: Artemísia, losna, mamona, bambu folhas, cana folhas, tabaco, para raio.
Banho / Amaci – apresentação, gira ou iniciação: pitanga, eucalipto, peregun verde-amarelo, santa luzia, sabugueiro, laranjeira, girassol flor.
Firmeza à esquerda: olho de boi, valeriana, folhas variadas secas no tempo, pimentas
Portais de cura: água de chuva, velas amarelas e vermelhas, pimentas amarelas, pedaços de bambu, flores.

AS ERVAS DOS ORIXÁS

Abaixo estão relacionadas as ervas mais conhecidas e usadas na Umbanda para banhos e outras finalidades.
Oxalá – Boldo ou Tapete de Oxalá; Saião ou Folha da Costa ; Manjericão ou Alfavaca Branca ; Sândalo; Patchuli; Colônia; Alfazema; Algodoeiro; Capim Limão; Girassol; Maracujá; Jasmim; Erva Cidreira. entre outras.
Xangô – Levante ou Elevante; Quebra-Pedra; Fortuna ; Erva Lírio; Pata de Vaca; Pára-Raio; Gervão Roxo; Manjericão Branco; Erva de Santa Maria; Malva Branca; Sucupira; Limoeiro; Café; Alecrim do Mato, entre outras.
Ogum – Espada de São Jorge; Peregum Folhas Amarelas e Verdes; São Gonçalinho; Aroeira; Vence-Demanda; Comigo-Ningém-Pode; Romã; Jurubeba; Mangueira; Pinheiro; Goiabeira; Abacateiro; Canela, entre outras.
Obaluaiê (Omulu) – Hera; Canela de Velho; Assa-Peixe; Erva-de-Passarinho; Levante ou Alevante; Jurubeba; Manjericão Roxo; Camomila; Babosa; Mamona Branca; Aroeira; Jamelão; Carnaúba, entre outras.
Yemanjá – Manjericão; Colônia; Saião; Levante; Jasmim; Malva Rosa; Lágrimas de Nossa Senhora; Pata de Vaca; Parreira; Camomila ou Macela; Poeijo; Trevo; Violeta; Boldo; Alaga Marinha; Gerânio, entre outras.
Oxóssi –  Alecrim do Campo; Peregun Verde; Mangueira; Chapéu de Coro; Abre Caminho; Vence-Demandas; Jureminha; Erva Doce; Pitangueira; Romã; Sabugueiro; Malva Rosa; Levante; Capim Limão; Violeta, entre outras.
Nanã – Erva Quaresma; Manjericão; Agoniada; Mostarda; Agrião; Bertalha; Espinafre; Hortênsia; Cedinho; Erva-Cidreira; Camomila; Beringela; Erva-Mate; Avenca; Jaqueira; Cavalinha, entre outras.
Oxum – Jasmim; Erva -Cidreira; Colônia; Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio Amarelo; Mamão; Boldo; Vitória-Régia;Gengibre;Melancia;Agrião; Melão; Coentro; Celidônia, entre outras.
Yansã – Pára-Raio; Dormideira; Erva Santa Bárbara; Cana do Brejo; Erva Prata; Gervão Roxo; Anil.; Violeta; Losna; Arruda; Orquídea; Mal-me-quer; Alfazema; Anil; Cipó Azogue; Alfazema de Caboclo, entre outras.
Ibeji – Amoreira; Anil; Alfazema; Abre-Caminhos; Parreira; Colônia; Erva-Cidreira; Pitangueira; Camomila; Erva Doce; Cajá; Morango; Capim Limão; Lírio; Benjoim; Tangerina; Fruta de Conde; Hortelão, entre outras.
Exú – Vassourinha; Fumo; Babosa; Tiririca; Bananeira; Pinhão Roxo; Vence-Demandas; Comigo-Ninguém-Pode; Jurubeba; Urtiga; Amendoeira; Bambu, entre outras

Amacis

Fundamentos de amacis e banhos de descarga
Amaci e o banho feito de várias ervas conforme a orientação do pai ou guia chefe dirigente de um terreiro. Tem por muitas finalidades limpar a aura (ori) do filho de santo, pessoas. de um modo geral as ervas são colhidas seguindo a sua intuição, ou seja para qual a finalidades e para que serve. E seguida de rituais para a colheita, respeitando a reza de Ossãe orixá responsável pelas ervas colhidas na matas, porém o filho de santo mais experiente pode fazer o seu banho com 7, 14, 21 ervas conhecidas. ( sempre é claro respeitando os fundamentos do seu terreiro).
Os amaci são usados para tomar banho de corpo inteiro inclusive o ori, pois todos passamos por encruza, ruas, e encontramos com pessoas com pensamentos mal intencionados, por isso é necessário tomar os amacis da cabeça aos pés.
O amaci serve também para limpar os ibás e fundamentos do terreiro, descarregar a casa após a sessão ou quando se sentir o ambiente carregado, basta para iso lavar a casa com o amaci sempre cantando para o orixá chefe do terreiro, ou do filho de santo para limpar a casa. O seu fundamento consistem em apanhar as ervas necessárias, lavá-las e macerar com a mão sempre com uma vela acessa pedindo para o orixá depositar seu axé, forças espirituais, etc, pois nesse momento sentirá a presença do mesmo para o complemento do seu amaci, sempre respeitando os procedimentos aprendidos, ou seja, pedir sempre auxilio aos orixás e entidades espirituais, para o descarrego, limpeza e força espiritual. Pode-se usar para banho, limpeza da casa do filho de santo ou terreiro, otás, ibás do orixá. Após o uso de seu banho sempre descarregar as ervas usadas em plantas e águas correntes limpas. para que leva o carrego, miasmas, ou larvas astral. se necessário fizer uso da sobra, deixar secar no forno ou ao sol, para a sua secagem e fazer defumação, pois tudo se aproveita e nada é destruído, mas caso não use o melhor e descarregar em uma planta ou água corrente. Banhos de cachoeiras, água de chuva, bica e poço natural, geralmente são usados pelo filho do orixá que rege, podendo ser do ori aos pés, ou acrescentar nas ervas.
Coloca-se em amaci, após o preparo, mel e sal para o tempero no lugar do mel pode se colocar açucar, ou um acaça, pois todos os orixás comem acaça, ou pode acrescentar água de canjica após o cozimento no banho. Não se enxuga o corpo e veste-se roupas claras de preferência no caso de uso pessoal no lar. Toma-se banho de preferência antes do inicio do trabalho e após o trabalho em seu lar, pois sempre estamos andando em encruzilhadas e ruas e lugares como bar, lojas etc.
Ao iniciar qualquer comida do santo e após despacho nas encruzilhadas se toma banho após o despacho. Cobre se com um pano branco o amaci e dependendo da quantidade no máximo dura 3 a 4 dias, após isso em alguns terreiros junta-se com o ebó, que é um outro banho com os axés do orixá, ou seja um banho muito mais forte e serve para descarregar qualquer pessoa muito carregada de egum. O seu preparo e feito com a mengá do animal e partes dele deixando com as ervas enterradas em um pote no terreiro ou próximos a casa do orixá. Isso é um fundamento de umbanda, não tem nada haver com o candomblé. Isso é apenas um conhecimento meu, passado por fundamentos e não livros.
Pode-se também observar a fase da lua e tomar o seu banho, não necessariamente se faz uso de um banho somente de um orixá, há muitas ervas conhecidas para banho, que pode ser misturadas e fazer o amaci. Nunca vai ao gofo esse amaci, necessário se faz tomar o banho frio. Outros banhos de ervas podem ser cozidas e somente deverá ser tomado banho do pescoço para baixo, nunca no ori, pois ai existe um fundamento que não se deve colocar nada cozido em seu ori. Para cada caso existe uma afinidades de banho, banho de descarrego, banho de atração, banho de purificação, banho de defesa, etc, etc.
O melhor amaci e preparado com ervas frescas, somente é acrescentado pemba por ordem espiritual, nunca por si só. Existem outros tipos de banho, como pipocas, somente por ordem espiritual, ou pelo orixá, nunca fazer por fazer por se tratar da ordem do orixá Obaluaê. Banho de pinga somente por ordem espiritual do exú, e nunca se usa na coroa(ori) da pessoa. Esse banho geralmente usa-se para descarrego de demanda ou associado ao bori ou fundamento do terreiro, somente para os que já tem fundamentos dentro do terreiro, nunca por um iniciante, pois há fundamentos ai para ser feitos, não pelo fato de ir na encruza
aberta e tomar esse banho.quando uma pessoa vai ser batizado na umbanda ou fazer algum bori, nunca se usa bebida de qualquer espécie alccolica no ori da pessoa é um erro isso, somente água e se necessário mengá, mas nunca bebida alcoolica, fato esse que pode levar uma pessoa ao vicio da bebida ou coisas piores, esse é um dos fundamentos de bebidas alcoólicas no ori. Pois o ori e a sua cabeça, onde o orixá e anjo da guarda se correspondem muita atenção ao seu ori.
Não se usa um amaci apenas “por usar”… é importante que se estabeleça um objetivo claro para o preparo. Vamos citar alguns desses objetivos, mas não são os únicos, pois pode haver uma infinidade de motivos e formas de se preparar um amaci:Amaci de preparação para apresentação – muito comum na Umbanda da atualidade, esse amaci consiste em folhas, cascas, sementes, frutos, etc, maceradas (quinadas, amassadas, trituradas), preparadas, caso sejam pelo próprio dirigente, com antecedência e deixadas na frente do conga, em iluminação de velas nas cores do Orixá regente da vibração. É usado nos cultos e giras coletivas, onde todos serão apresentados, em sua mediunidade, à vibração daquele Orixá. Normalmente é colocado no ori o qual é protegido com um pano branco ou uma cobertura adequada.Nota – percebo ainda hoje, mesmo sendo aben­çoados com tantas informações, muitos irmãos ques­tionam o uso dos amacis coletivos, encarando de forma que essa energia pode ser incompatível com a sua vibração original ou a vibração de seu Orixá de cabeça.Muito bem, entendendo que tudo na criação é vida e vibração, cada elemento vibra de acordo com uma nota (força) da criação, então cada erva tem seu (seus) Orixás, assim como as frutas flores, animais e tudo o mais. Sendo assim, teríamos que identificar o Orixá de cada ser vivente para que ele se alimentasse, vestisse, convivesse apenas com elementos compatíveis com sua vibração original.
Sabemos que isso é impossível, portanto não há nada de aberrante em se usar um amaci coletivo, na vibração específica de um Pai ou Mãe Orixá que não seja uma vibração direta de seu triângulo vibratório (Orixás Ancestral, Frente e Juntó).
Assim como não há nada de aberrante em usar algum elemento na cabeça, desde que você não esteja envolvido religiosamente em um contexto que não permita esse ato.
Amaci individual de iniciação – esse é o mais comum, preparado especificamente para o fim da iniciação individual, será determinado pelo guia chefe do próprio médium ou pelo dirigente (ou Guia Dirigente do terreiro). A forma com que será iluminado, cores, numero de velas, etc, será também definido por eles.
Normalmente são feitos com antecedência do ato iniciatório e poderá ser usado por dias anteriores ao momento da iniciação.
Amacis específicos – assim como os individuais, podem ser determinados pelos guias como forma de atuar com muito mais intensidade do que um banho. Por exemplo, peguemos um caso de atuação negativa, causando reações orgânicas que levam a geração de doenças físicas. Num exemplo como esse, podemos recomendar um amaci de limpeza, usado por um, três, cinco ou até sete dias, todos os dias antes de dor­mir a pessoa colocará esse preparo no chacra coronário e eventualmente em algum outro chacra ou parte do corpo onde está localizada a ação negativa e o reflexo da doença, envolvendo com um tecido branco ou colorido de acordo com a necessidade.
Dentro de um terreiro, é muito positivo o preparo dos amacis por todos. Juntar os médiuns em reunião es­pe­cífica para isso, com um bom conjunto de ervas e líquidos (bebidas rituais, essências, etc.) Podemos usar ervas secas ou frescas para os amacis. Se for usar preparos prontos, use somente os de ervas escolhidas para aquela vi­bração e nunca os líquidos prontos, que prezam pela facilidade mas nunca pela competência vibratória.
Pegue as ervas, triture-as de preferência com as próprias mãos, já em uma bacia ou recipiente apropriado (se puder, use recipientes metálicos ou de vidro). Adicione água mineral, que pode ser usada para todos os preparos, de todos os Orixás e para todos os motivos. Triture um pouco mais com as mãos e adicione os líquidos necessários, e por último as pétalas de flores, se forem usadas.
Deixe repousar por algum tempo, que pode variar de acordo com a necessidade do preparo. É muito positivo iluminar esse amaci em um circulo com sete velas acesas, que seguem as cores do Orixá regente
Por experiência própria, posso recomendar que em todos os amacis, de qualquer Orixá, sempre esteja presente pelo menos uma erva de Pai Oxalá. Entendemos que esse amado Pai está presente em toda a criação e a atuação de suas ervas reflete um caráter “formador, condensador, magnetizador” mesmo.

Amacis, amalás, comidas & bebidas de santo

Os quitutes da cozinha africana pertencem a duas categorias: uns são destinados às cerimônias do culto e outros ao público assistente.
No preparo das comidas do ritual, devem ser observados vários preceitos, inclusive a não permanência de mulheres menstruadas nas cozinhas, sempre separadas da cozinha doméstica; o uso pelas iabás (cozinheiras do culto) e das cotas, suas auxiliares, dos trajes apropriados e respectivas guias.
Além disso, as panelas devem ser de barro, novas algumas vezes, as colheres de madeira, o fogo de carvão e lenha, para dar melhor sabor à comida. Até mesmo o modo de abanar e mexer a panela é diferente do usual.
Às vezes, depois de pronta a comida, joga-se os búzios, para saber se a comida foi aceita pelo orixá; em caso contrário, é distribuída ao público, preparando-se nova. Passemos agora, a explicar os nomes e o preparo das comidas de santo.
Canjica para Oxalá: Oxalá é o maior orixá do culto. Como Oxalá-Alufan, é o deus supremo, o criador do univers. Oxalá-Guian, é Jesus Cristo, o que veio depois para proteger e guiar os que estão sob sua proteção. Como Orixalá, protege tudo que estiver sob o Alá, formando-se essa palavra de orixá (espírito da natureza) e alá (o que cobre as criaturas). Orixalá pertence a um culto derivado do nagô na Bahia.
Este orixá não recebe homenagens e cerimônias juntos com os outros, tendo o seu assentamento em lugar reservado. Somente baixa de sete em sete anos, salvo em caso gravíssimos. Só arria em cavalos feitos dentro do culto e que se preparam com sete dias de antecedência para receber o grande orixá.
Esta comida, quando é preparada para Oxalá, não leva azeite de dendê e sim ori(limo da costa), preparado africano, que vem em folhas de bananeira. Quando pronta, é servida em tigelas brancas.
Amalá de Ogum: É feito de feijão-fradinho, levando camarão, azeite de dendê, etc.
Amalá de Xangô: É feito com rabado ou peito (carne fresca), quimbobô (quiabo) fresco, azeite de dendê, camarão, etc.
Acassá: Dá-se esta comida também para Oxalá. Deita-se o milho branco com água em vaso bem limpo, sem qualquer resíduo, até amolecer, ralando-se depois na pedra de ralar, passando-se numa peneira fina (urupemba), ficando ao cabo de algum tempo a massa no fundo do vaso. Isto pronto, escoa-se a água, deitando-se a massa no fogo, com outra água, até cozinhar em ponto grosso, retirando-se com uma colher de madeira, pequenas porções que são envolvidas em folhas de bananeira, depois de um rápido aquecimento no fogo, ou não.
Acarajé: Comida que se dá também para Iansã. Feita com feijão-fradinho depositado em água durante alguns dias, a qual é mudada diariamente, até perder a casca, sendo o grão ralado na pedra de ralar. Isto feito, revolve-se a massa com uma colher de madeira, até formar uma pasta, colocando-se como tempero cebola comum ou branca e o sal ralados.
Aquecida uma frigideira de barro aí se derrama azeite de cheiro (azeite de dendê) e com a colher de madeira, vai-se deitando pequenas porções de massa e formando-se pequenos croquetes.
Para o acarajé, usa-se um molho preparado com pimenta malagueta, seca, cebola e camarão seco, sendo tudo isso moído na pedra de ralar e frigido em azeite de cheiro, em outro vaso de barro.
Como estamos vendo, a arte culinária dentro do culto, obedece à rigorosa tradição, dando-se para cada orixá, a comida que lhe pertence:
Aussá: Dá-se esta comida também para Oxum. Cozido o arroz em água sem sal, mexe-se com a colher de madeira, até formar uma consistência, usando-se para isso um pouco de pó de arroz, cujo molho é preparado como se faz para o acarajé, levando-se este molho ao fogo com azeite de cheiro e um pouco de água, até que esta se evapore.
Aussá: Quando esta comida for feita para ser servida ao público assistente, leva pequenos pedaços de carne seca.
Efó: Serve para qualquer orixá, menos para Oxalá. Corta-se a erva conhecida como língua de vaca, “taioba” ou mostarda, pondo-se ao fogo a ferver com pouca água. Feito isto, escoa-se a água, espreme-se a massa daí formada e coloca-se de novo na mesma vasilha com cebola, pimenta malagueta seca, camarões secos e sal, azeite de cheiro, depois de tudo ralado.
Caruru: Dá-se para os Beijes e Xangô. No preparo desta comida, usa-se a mesma receita do efó, podendo ser feito de quimbobôs (quiabos), cortados bem finos, mostarda ou taioba, de óio ou outras gramíneas, como sejam as folhas dos arbustos conhecidos por unha de gato, bertalha, bredo de Santo Antônio”, capeba, etc. O caruru é ingerido com acassá ou efun (farinha de mandioca).
Ecuru: Conhecida também por pamonha que se dá para Xangô. Preparado o feijão-fradinho, como se faz com o acarajé, ou milho verde, coloca-se pequena quantidade em folhas de bananeira, como se faz no acassá, e cozinha-se em banho-maria.
Pronto o ecuru, isto é, cozido, a sua massa é diluída no mel de abelhas ou num pouco de azeite de cheiro com sal.
Xinxin: Esta comida dá-se para Oxum e Iansã. Sacrificada a galinha, depena-se, lava-se bem, depois de retirados os intestinos, cortando-a em pequenos pedaços; coloca-se na panela para cozinhar com sal, alho e cebolas ralados.
Logo que a galinha estiver cozida, ajuntam-se-lhe camarões secos em quantidade, sementes ou pevides de abóbora ou melancia, tudo ralado na pedra, e o azeite de cheiro.
Robó: Corta-se o inhame em pequenos pedaços, leva-se ao fogo com água temperando-se depois com o efó. Serve para Xangô.
Humulucu: Serve esta comida para Oxum. Cozido o feijão-fradinho, tempera-se com cebola, sal, alguns camarões, tudo ralado na pedra, botando ao mesmo tempo o azeite de cheiro.
Só é retirada do fogo a comida depois de cozidos os temperos.
Dengua: Dá-se para Oxalá, Ogum e Oxossi. Cozinha-se o milho branco, ao qual se junta um pouco de açúcar.
Abará: Serve esta comida para Xangô e Iansã. Coloca-se o feijão-fradinho em vasilha com água até que a casca saia do grão ralando-se depois na pedra com cebola e sal, com um pouco de azeite de cheiro, mexendo-se tudo com uma colher de madeira.
Tudo isso feito, envolve-se pequenos pedaços em folhas de bananeiras, como se faz com o acassá, e coze-se em banho-maria.
Abarem: Serve para Xangô. O milho usado para essa comida, é preparado como se faz para o acassá, fazendo-se depois umas bolas, que são enroladas em folhas de bananeira, aproveitando-se a fibra que se retira do tronco para atar o abarém.
Pode ser servido com caruru ou mel de abelhas e, dissolvido na água com açúcar é excelente refrigerante.
Ipete: Dá-se esta comida para Iansã. É feita com inhame, que, depois de descascado, cortado bem miúdo, é fervido até perder a consistência, quando é temperado com azeite de cheiro, camarões, cebola e pimenta, sendo estes temperos ralados na pedra.
Ado: Dá-se para Xangô. É milho torrado reduzido a pó, tendo como tempero o azeite de cheiro, podendo-se-lhe juntar mel de abelhas.
Olubó: Serve para Xangô. Descasca-se e corta-se a raiz da mandioca, em fatias muitos finas, que são postas a secar no sol. No dia seguinte, estas fatias são levadas ao pilão e aí trituradas e passadas em peneira ou urupema. Derramada água a ferver sobre o pó, produz o alubó, espécie de pirão.
Efun Oguede: Dá-se para Xangô. É feito com banana de São Tomé, não muito madura, descascada, cortada em fatias e colocadas ao sol para secar. Dias depois é pisada no pilão, passando-se na peneira, obtendo-se a farinha chamada “efunoguéde”.
Oguedé: Serve para Xangô. É feito com a banana da terra, frita no azeite de cheiro.
Feijão de leite: Serve para todos os santos, menos para Oxalá. Cozinha-se o feijão mulatinho ou o preto, pisado ou moído no pilão para se tirar a casca do grão, pela sua indigestibilidade, pelo que é preciso passar o feijão na urupema.
Feijão de leit: Depois disto feito, adiciona-se quantidade suficiente de leite de coco, para dissolver a massa, sal e açúcar, levando-se finalmente ao fogo até tomar ponto. O feijão de leite pode ser servido com qualquer espécie de peixe.
Moqueca de peixe fresco: Serve esta comida para Iemanjá, Oxum e Iansã. Limpa-se o peixe, escama-se lava-se com bastante limão e água, depositando-se as postas em frigideiras. Prepara-se depois o molho, composto de sal, pimenta malagueta, coentro, limão (de preferência vinagre), tomate e cebola, derramado sobre o peixe depois de tudo moído.
Antes de levar a frigideira ao fogo para cozer o peixe, deita-se o azeite de oliveira ou o azeite de cheiro, conforme o paladar, observando-se a preferência por ambos os óleos.
Cassuanga: O fubá de milho barrufado com água e sal, era levado ao fogo para ser torrado, sendo servido com leite e açúcar. Pode-se fazer de outro modo: põe-se o fubá, amendoim e açúcar, juntamente para torrar, pisando-se depois no pilão, fazendo-se daí suculenta paçoca, hoje usada no comércio, mas sem o primitivo gosto. Esta iguaria era muito usada pelos congos no alimento dos seus filhos, que sempre foram robustos, servindo também para as amas-de-leite, dando-lhe bastante leite.
Estas comidas tinham grande valor nutritivo e esplêndido sabor, deixando os africanos, na Bahia, quitutes hoje mundialmente conhecidos, vendo-se também que no Rio de Janeiro dentro do culto do Omolocô, as suas iabás preparam estas comidas em épocas de grandes festas, o que é raro.
Bebidas de santo
Para acompanhar as iguarias, falaremos das bebidas de santo, que foram com o tempo substituídas por outras que contêm uma fermentação quase idêntica as usadas no culto, embora com outro sabor, mas havendo semelhança; os orixás aceitas estas bebidas como Ogum aceita a cerveja branca, já a preta é para Xangô.
Aluá: Faz-se esta bebida de diversas maneiras consoante o santo que irá bebê-la.
Para Oxum faz-se com fubá de arroz, para Ogum é com milho branco; e para Xangô, o milho é torrado dando uma cor escura como gengibre.
O milho fica na água, dando em três dias a esta um sabor acre, de azedume pela fermentação. Coa-se a água, colocando-se pedaços de rapadura e, diluída esta, tem-se saborosa bebida e refrigerante.
Por este processo prepara-se o aluá ou aruá de casca do abacaxi, para ser distribuído aos assistentes.
Gronga:– É uma bebida feita de raízes e gengibre, para a confraternização dosmalungos (amigos) oferecida com saudação do ritual.
Esta bebida é muito usada na Linha das Almas.
Bebida de Oxossi: Do coco de dendê, extrai-se a seiva por meio de bambus, introduzidos no tronco da árvore, na incisão feita, passando depois a fermentação, para ter potência alcoólica, filtrada antes e engarrafada, ficando muito gostosa; é oferecida a Oxum em cuité com mel de abelhas, em folha de saião ou laranjeira.
Hoje esta bebida foi substituída pelo oti que tem o mesmo efeito alcoólico.

HIERARQUIA EM UM TERREIRO DE UMBANDA

A hierarquia de um Terreiro de Umbanda é subdividida em dois comandos distintos, à saber:
  • Cúpula Espiritual
  • Cúpula Material
CÚPULA ESPIRITUAL: a Cúpula Espiritual é formada por três Entidades congêneres, semelhantes ou afins quanto à missão terráquea. Existe entre eles uma hierarquia singular, formando um triângulo equilátero perfeito, sendo que a Entidade do vértice superior do triângulo é o Orientador, que será substituído, em caso de necessidade, primeiro pela Entidade do angulo direito da base do triângulo e depois, na sua falta, pela Entidade do angulo esquerdo da base.
As demais Entidades incorporadas, assim como todos os participantes do terreiro, acatam e fazem cumprir as ordens emanadas da Cúpula Espiritual.
CÚPULA MATERIAL: a Cúpula Material é comandada pela Mãe Pequena.
CÚPULA ESPIRITUAL
Cúpula Espiritual
HIERARQUIA MATERIAL
NO TERREIRO DE UMBANDA
MÃE PEQUENA (ou Pai Pequeno): é o responsável material pelas ordens, quer espirituais, quer materiais, emanadas da Cúpula Espiritual. É quem controla todos os médiuns, quer na disciplina, quer na pontualidade, quer nos uniformes, quer na organização de obrigações, festividades, enfim toda a parte material dos rituais de um terreiro. É também o Cambone Especial do Guia Chefe (Orientador Espiritual ou seu substituto), tendo sempre uma IAÔ, a que tiver melhores aptidões, para substituí-la , em caso de necessidade.
CAMBONE DE EBÓ: subordinado diretamente à Mãe Pequena, sendo o único responsável, por todas as entregas negativas do Terreiro.
IABÁ: é a responsável pela cozinha do terreiro, pela confecção dos ageuns, amalás, e toda e qualquer comida necessária nos trabalhos.
COTA: é subordinada e substituta da IABÁ (só utilizada nos terreiros de Nação).
SAMBA: médium (mulher) em desenvolvimento.
IAÔ: médium (mulher) com feitura no Santo.
MÃO DE FACA: médium preparado especialmente para efetuar toda e qualquer matança de animais, quando necessário (muito usado em Nação)
MÃO DE OFÁ: médium preparado especialmente para fazer a colheita e a quinagem das ervas usadas na Umbanda, para amacís, confirmações, assim como para remédios e banhos de descarga.
OGÃ CALOFÉ: é o responsável por toda a corimba à ser puxada no terreiro, é também instrutor de toques de atabaque, assim como responsável, abaixo da Mãe pequena, pelo desenvolvimento do Pé de Dança, médium preparado especificamente para isto.
OGÃ DE ATABAQUE: médium preparado, exclusivamente para os toques de atabaque.
OGÃ DE CORIMBA: médium preparado, exclusivamente para a puxada da corimba (pontos cantados), respondendo diretamente ao Ogã Calofé, à Mãe Pequena, ou em última instância, ao chefe do terreiro.
CAMBONE: médium (homem) em desenvolvimento.
CASSUTÉS: médiuns (homens) com feitura no Santo.
NOTA: nos terreiros de Nação todos os médiuns, quer homens quer mulheres, com Feitura no Santo, chamam-se IAÔS.
DISTRIBUIÇÃO INTERNA
DE UM TERREIRO
Stadium
Um terreiro, para a prática da Umbanda, deve ter distintos os seguintes locais prefixados: o Stadium, o Pegí ou Gongá, Ala de Atabaques, Local da Assistência,Roncó, Casa de Exus, Cruzeiro das Almas, Tronqueira, e Casas ou Quartos dos Orixás, assim como Casa de matanças (opcionais só na Nação).
O STADIUM: é o local onde os médiuns (cavalinhos) fazem suas evoluções, e quando incorporados, os atendimentos. É nesse local que são efetuadas as Danças de Santo (também as brincadeiras para o Santo), o desenvolvimento, os atendimentos e as aulas, quando houver escola, dirigida pelo Orientador Espiritual.
O PEGÍ: é o altar sagrado dos rituais (ORÁCULO)
O RONCÓ: altar ou Pegí particular do chefe do terreiro, onde são feitos todos os Rituais Herméticos dos seus filhos de terreiro, tais como: amacís, batizados, confirmações e as demais obrigações. É exclusivo, para a troca de roupa do chefe do terreiro, e nele também são praticados os trabalhos de Rituais Especiais, quando necessário no atendimento de assistentes.
CASA DE MATANÇAS: é o local de uso e responsabilidade do Mão de Faca para fazer as matanças de animais, quando necessário. (Nação)
CASA DE EXU: é o local destinado à guarda dos apetrechos dos Compadres, das obrigações dos mesmos, e da troca de roupa dos médiuns, quando incorporados com os Exus.
CRUZEIRO DAS ALMAS: é uma lápide de mármore ou madeira, com 3 degraus, encimada por uma Cruz, a Cruz das Almas, e destina-se à queima de velas para as Almas, provenientes de promessas, compromissos, etc.
TRONQUEIRA: local destinado à ser feita a segurança primeira do terreiro e localiza-se de frente para a rua, do lado esquerdo de quem entra.
Por direito, do lado direito do terreiro devem ser erigidas tantas salas ou quartos quantos sejam os Orixás, onde deverão ser implantados as forças VIBRATÓRIAS e RITUALÍSTICAS de cada um, assim como, apetrechos e ferramentas, etc. É nestas salas, que se fazem os trabalhos especiais, com os médiuns ou para assistentes necessitados, de acordo com a necessidade vibratória.
Na Umbanda, não se deve utilizar Imagens ou Estátuas de outras religiões, apenas vultos de Preto-velhos, Caboclos, Crianças e Exus;
Quanto aos ORIXÁS, são representados pelas forças da natureza em que atuam.
Exemplo:
XANGÔ = pedra
OGUM = ferro
e assim por diante
Isto deve-se ao fato de que um Orixá é um espírito que nunca teve forma material, os que já a tiveram, são conhecidos como EGUNS.
A única exceção simbólica é a de OXALÁ, e tem-se sempre um vulto do Divino Mestre no centro do Pegí, do Stadium, pois foi o único que teve por missão, usar um corpo material, conforme determinado pela Administração Sideral.

PLANOS E GRAUS

A Umbanda existe desde que o SENHOR iniciou a criação, afetando à todos os seres encarnados ou não, nascidos ou por nascer em todos os reinos. Ela traz em seu bojo um sistema de controle do Cosmo, estabelecido pelo Astral Superior, cognominado de Planos e Graus. Por este sistema a menor vibração no universo, desde que comece a vibrar, obedece inexoravelmente ao controle do Astral Superior.
Foi estabelecido que os Planos de Evolução, em número de sete, fazem parte do acervo espiritual do Ser e consequentemente os Graus de Evolução, também em número de sete, fazem parte do acervo material do mesmo Ser.
Entendamos como acervo espiritual, a caminhada que a vibração faz através dos sete planos, a caminho do Grande Foco, de onde foi destacada ainda bruta, necessitando se lapidar.
Entendamos como acervo material a caminhada que o Ser desenvolve através das vidas materiais sucessivas (encarnações), com iguais oportunidades de progresso para que possa vencer seis dos sete graus da escala. Caso o Ser não consiga em uma vida material (encarnação), ultrapassar ou ter mérito para galgar o grau seguinte da escala, ele retornará quantas vezes se tornar necessário para que o faça. Ao conseguir atingir o 6o grau em determinado plano, com mérito de evolução ao desencarnar, o Ser receberá dupla promoção, isto é, em vez de galgar para o 7o e último grau do Plano em que estava, ele será transferido, com mérito, para o 1o grau do Plano subsequente. Convém notar que um Ser, ao conseguir atingir com mérito o 6o grau do Plano 6, terá como promoção ou prêmio a isenção definitiva de reencarne em Orbes materiais.
Ex: as entidades que incorporam em médiuns, em diversos rituais espiritualistas, inclusive na nossa Umbanda (caboclos, pretos-velhos, etc.).
Na Umbanda todo médium tem um ELEDÁ, ou seja, Pai e Mãe de cabeça, Eledá este comandado pelo Pai, sendo cada um dos Eledás, encaixados em um Plano definido, à saber:
Plano 7
OXALÁ
Plano 6
SENHORAS (Oxum, Iemanjá, Iansã e Nanã)
Plano 5
IBEJI
Plano 4
XANGÔ
Plano 3
OGUM
Plano 2
OXÓSSI
Plano 1
ALMAS
Por sua vez os Graus são utilizados para medir a evolução do médium na corrente fraterna:
GRAUS
PERCENTAGEM
MEDIUNIDADE
ESP.
MAT.
1
7%
93%
Totalmente consciente podendo alterar, melhorar ou piorar a comunicação recebida
2
30%
70%
Consciente, porém conhecedor de suas responsabilidades
3
50%
50%
Perde a consciência e a memória, durante deteminados trabalhos
4
75%
25%
Semi-inconsciência. Vê tudo, assiste à tudo sem interferir, depois esquece
5
90%
10%
Semi-inconciência, em que a Entidade apaga tudo, não permitindo qualquer interferência do médium
6
93%
7%
Inconsciência total, durante os trabalhos, só sendo permitido ouvir, quando necessário ao aprendizado do médium
7
Só galgado após o desenlace, com mérito
Entenda-se entretanto que, a partir do 3o grau, a escala não é tão rígida, dependendo da vontade das Entidades, das condições emocionais e de problemas orgânicos dos médiuns; por essa razão, os médiuns ao se entregarem aos trabalhos mediúnicos, devem se isolar de todos os problemas materiais e pessoais.

GUIAS (colares)

A Guia (colar) é um ponto de referência e atração entre a Entidade e o médium. Ela é preparada para que haja maior facilidade de comunicação, ou um elo mais firme entre a Corrente Vibracional do Astral Cósmico e a Corrente Vibracional material dos médiuns.
A Confecção da guia, obedece quanto ao número de contas, uma das três séries, à saber:
Série de 7: Médiuns em preparação e etc.
Série de 5: Médiuns que terão sub-comandos
Série de 3: Médiuns que terão Comando
Na série de 7 estão incluídos os médiuns em preparação (desenvolvimento) e também os que, embora suas Entidades já tenham permissão para dar passes, consultas e participem de determinados trabalhos, jamais poderão alcançar as séries superiores, pois que assim está predeterminado em seu Karma.
Nesta série, as guias constam de 7 contas brancas, alternadas por uma conta da cor do Eledá, que de acordo com os méritos e a evolução, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando uma branca, a cada ano, até perfazer 7 contas de cor e 1 branca.
Na série de 5, os médiuns são preparados para sub-comandos ou para substituí-los, à saber: Iaba, Mão de Faca, Mão de Ofá, e Ogam Calofé.
Nesta série as guias constam de 5 contas brancas, alternadas por uma conta da cor do Eledá, que de acordo com o mérito se acrescentará uma conta do Eledá, retirando-se uma branca a cada 3 anos, até perfazer 5 contas do Eledá e 1 branca.
Na série de 3 estão incluídos todos os médiuns, que tiverem por Karma, que ser preparados para comando: Cambone de Ebó, Pai ou Mãe Pequenos, subchefe e Chefe de Terreiro (Babalorixá ou Ialorixá).
Nesta série, as guias constam de 3 contas brancas, alternadas por 1 da cor do Eledá, que de acordo com os méritos, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando 1 branca a cada 7 anos, até perfazer 3 contas do Eledá e 1 branca.
O mérito para o acréscimo nas guias, é sempre determinado pelo Comando do Terreiro, ou seja pelo Guia Chefe do Terreiro (ou Orientador), os subchefes Espirituais; nunca pela própria Entidade incorporante, no referido médium.
O médium, no decorrer do seu preparo, deverá receber as seguintes guias (colares):
  1. Guia de Oxalá: dada ao médium como segurança, após o seu Amacís e Batismo na Lei
  2. Guia do Obreiro: dado ao médium em consonância com a Entidade que ficará responsável pelo médium.
  3. Guia do Capangueiro: dado ao médium, com autorização da Entidade (acima) responsável pelo mesmo, afim de elo de ligação entre o médium e o empregado (Exu) da dita Entidade.
  4. Guia de Orixás: guias de referência aos Orixás que mais influem no médium (1o Adjutor e Adjutor Auxiliar).
  5. Guias do Eledá: guias com contas da cor do Eledá.
A – Pai de cabeça
B – Mãe de cabeça

HORAS NA UMBANDA

Todas as horas da Umbanda são controladas por um Orixá independente dos demais, pouco conhecido, chamado ORIXÁ TEMPO, que é o determinante do envio das vibrações cósmicas, assim como o momento exato da utilização do ritual necessário. Como estamos encarnados no terceiro planeta do sistema solar, controlado por uma estrela de 5a grandeza, da 2a Galáxia, um planeta presídio por nós chamado de Terra, temos que nos atener ao sistema de contagem de tempo do mesmo, embora que não muito consonante com o Tempo Real. Baseados na nossa forma de contagem de Tempo, a Umbanda divide as horas de um dia em três tipos diferentes, à saber:
  • Horas Abertas
  • Horas Fechadas
  • Horas Neutras
HORAS ABERTAS: são consideradas horas abertas na Umbanda, as não classificadas como neutras ou negativas, portanto positivas para a feitura de qualquer dos trabalhos abaixo enumerados:
  1. Mentalização
  2. Vidência
  3. Irradiação
  4. Jogo de Búzios
  5. Agrados
  6. Amalás
  7. Amacís
HORAS FECHADAS: são aquelas que nenhum dos atos ritualísticos ou litúrgicos descritos acima podem ser efetuados. São consideradas horas fechadas, os 15 minutos anteriores e posteriores à HORA PEQUENA e à HORA GRANDE, ou seja de 11:45hs às 12:15hs, assim como também de 23:45hs às 00:15hs; horas que são destinadas à entrega de EBÓS, DESCARREGOS, ou o emprego da Força Negativa para a prática do Bem.
Nestas Horas Fechadas, não se deve praguejar, amaldiçoar, discutir, entrar ou sair de lugares cobertos e freqüentar locais espúrios.
HORAS NEUTRAS: são aquelas em que qualquer tipo de Ato Litúrgico ou Ritualístico é dado à cada um segundo, o seu mérito.
Estas Horas Neutras da Umbanda são muito utilizadas no Esoterismo e classificadas como HORAS TERÇAS e HORAS NONAS (6hs e 18hs).
NOTA: excetuando-se as Horas Negativas e Neutras, todas as outras horas do dia são consideradas como positivas.
Das 7 Linhas da Umbanda, apenas três podem interferir e alterar o ritual praticado em todas as horas:
  1. A Linha de Oxalá
  2. A Linha das Senhoras (OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ e NANÃ)
  3. IBEJI
DISCRIMINAÇÃO DAS HORAS NA UMBANDA


HORAS
SEMANA
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Observ.
Espaço de 15 minutos após às 0hs até 00:15hs
Negativa
Até 1h
Almas
Ogum
Xangô
Oxóssi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 1 às 2hs
Oxóssi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 2 às 3hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxóssi
Almas
Oxalá
Positiva
De 3 às 4hs
Xangô
Senhoras
Oxalá
Ibeji
Ogum
Oxóssi
Almas
Positiva
De 4 às 5hs
Ibeji
Oxalá
Almas
Senhoras
Xangô
Ogum
Oxóssi
Positiva
De 5 às 6hs
Senhoras
Almas
Oxóssi
Oxalá
Ibeji
Xangô
Ogum
Neutra
De 6 às 7hs
Oxalá
Oxóssi
Ogum
Almas
Senhoras
Ibeji
Xangô
Positiva
De 7 às 8hs
Almas
Ogum
Xangô
Oxóssi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 8 às 9hs
Oxóssi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 9 às 10hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxóssi
Almas
Oxalá
Positiva
De 10 às 11hs
Xangô
Senhoras
Oxalá
Ibeji
Ogum
Oxóssi
Almas
Positiva
De 11 às 11:45hs
Ibeji
Oxalá
Almas
Senhoras
Xangô
Ogum
Oxóssi
Positiva
De 11:45hs às 12:15hs
Espaço de de tempo de hora fechada
Negativa
De 12:15hs às 13hs
Senhoras
Almas
Oxóssi
Oxalá
Ibeji
Xangô
Ogum
Positiva
De 13 às 14hs
Oxalá
Oxóssi
Ogum
Almas
Senhoras
Ibeji
Xangô
Positiva
De 14 às 15hs
Almas
Ogum
Xangô
Oxóssi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 15 às 16hs
Oxóssi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 16 às 17hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxóssi
Almas
Oxalá
Positiva
De 17 às 18hs
Xangô
Senhoras
Oxalá
Ibeji
Ogum
Oxóssi
Almas
Neutra
De 18 às 19hs
Ibeji
Oxalá
Almas
Senhoras
Xangô
Ogum
Oxóssi
Positiva
De 19 às 20hs
Senhoras
Almas
Oxóssi
Oxalá
Ibeji
Xangô
Ogum
Positiva
De 20 às 21hs
Oxalá
Oxóssi
Ogum
Almas
Senhoras
Ibeji
Xangô
Positiva
De 21 às 22hs
Almas
Ogum
Xangô
Oxóssi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 22 às 23hs
Oxóssi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 23 às 23:45hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxóssi
Almas
Oxalá
Positiva
De 23:45hs às 00:15hs
Espaço de tempo de hora fechada
Negativa