A mente é um fenômeno fantástico em se falando de cura. Bem disciplinada, com os métodos evangélicos, faz surpresa à ciência, valoriza a filosofia e sustenta a religião. As curas feitas pelo poder mental desafiam os céticos, pois é através dela que se reconhece o espírito, na eternidade que lhe é peculiar.
O instrumento da alma é o amor, visto que poderemos nos curar pelo amor, elevarmo-nos pelo amor, embelezarmo-nos pelo amor, e nos libertarmos, definitivamente, pelo amor. Ele é Deus, ele é tudo na nossa vida. Ao nos aproximarmos de um doente, é de bom senso que limpemos a mente, se ela estiver toldada pelos pensamentos indesejados. E é bom que essa tarefa se inicie pela prece, para que depois a vontade encontre ambiente adequado no terreno das sugestões. A delicadeza predispõe todo e qualquer enfermo que nos ouve a colocar-se na mais alta receptividade espiritual. E a mente educada colocará à sua disposição grande acúmulo de fluidos espirituais, que representa o bem-estar e cura quase instantânea, dependendo de quem as aplica e da sua elevação diante do Cristo.
Todas as qualidades evangélicas, todas as virtudes espirituais obedecem a uma escala progressiva. Quanto mais subirmos, mais facilmente desempenharemos as nossas atividades. Uma mente adestrada está sempre em convenio com outras da sua espécie, doando-lhe, de certa forma, o magnetismo referente ao seu estado de coisas.
O dom é uma flor que exala perfume de acordo com a natureza da árvore, e esta o extrai de fontes diversas, na engrenagem sutil do seu energismo. Todos somos médiuns e o que passa por nosso intermédio e é atraído pela sintonia,corresponde aos anseios dos dois polos de vida: o que comunica e o que recebe. Poderemos, sobre esse assunto, lembrarmo-nos com proveito do Evangelho, que nos informa que ninguém recebe o que não merece. E essa justiça nada mais é do que o amor que se manifesta em todas as direções da vida, de acordo com o ambiente. Mas é sempre ele. Desde a força eletrostática até a mecânica gravítica das galáxias, da formação de um lar até bilhões de pessoas em um planeta, de um simples perdão de pessoa para pessoa até a fraternidade dos anjos, sempre, sempre é ele – o amor.
Se nos dispusermos a curar os enfermos, ou pelo menos aliviar os nossos semelhantes, em primeiro lugar, entremos na escola do amor. Que seja pela prece, que seja pela caridade, que seja pela obediência, que seja pela humildade, que seja pelo perdão, que seja pela alegria, pois ele é um sol de mil raios, é um palácio de mil portas, é uma mansão divina de mil divisões. Liguemos sua trajetória e comecemos a ser médicos de nós mesmos e dos outros.
Se ainda não aprendestes a falar, começai educando a palavra. A harmonia dos sons, pelo que ele leva da mente espiritualizada aos que ouvem, é como que um banho salutar da alma. O magnetismo, que poderemos doar na hora da conversação com os que sofrem, é uma transfusão de vida, de alegria e de esperança.
Aprendei a dividir a atenção, no momento da fala, corrigindo a formação dos pensamentos, selecionando ideias, e observando o movimento dos lábios, para que eles possam ter um ritmo agradável, e os fluidos espirituais que se formarão na vossa mente, em conjunção com outros companheiros desencarnados, serão melhores que todos os elixires, porque é isso que se chama fé, é isso que se chama amor.
E, se porventura, com essa prática, tornar-vos um ser belo, uma fonte generosa de simpatia, um portador de saúde, não deveis vos orgulhar com o fenômeno, mas dar graças a Deus, por serdes instrumento capaz de desempenhar eficientemente um papel de relevância espiritual na Terra. O belo é arte elevada da própria natureza, a harmonia é dom comum de todas as coisas.
Lembrai-vos de que, pela mente disciplinada, podeis operar maravilhas.
Do livro: “Horizontes da Mente” João Nunes Maia/Miramez – Fonte Viva.
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