Quando abordamos o tema sobre as colônias espirituais, comentei que até mesmo o Vale dos Suicidas¹, era um local que poderíamos considerar como uma colônia negativa e de sofrimento, pois ela era um espaço determinado no Astral, onde os espíritos de pessoas que se suicidaram acabavam sendo encaminhadas, pela sua própria vibração simpática ao outros que lá estavam.
Isso é uma realidade e podemos encontrar vários locais destes no Astral, inclusive fortalezas e castelos imensos protegidos por diversas entidades trevosas nas zonas astrais inferiores. Mas o que são essas zonas inferiores?
Eu as considero Zonas de Sofrimento, pois lá é onde iremos para purgar o que levamos negativamente desta vida. Porém, ninguém vai a um local sem merecimento e tampouco alguém nos conduz a esses locais. Somos guiados por nós mesmos e nossas essências.
Na Parábola da Festa de Núpcias (Mateus, 22:1-4), Jesus é bem claro quando comenta que quem não está vestido com as vestes nupciais – nesse caso uma alegoria para as conquistas desse mundo em questões morais e intelectuais – será jogado as trevas exteriores, onde há choro e ranger de dentes. Isso é simplesmente uma forma simbólica de mostrar que é possível determinar aonde o espírito vai, o qual Jesus na parábola chama de Trevas Exteriores.
Dentro dos estudos espiritualistas, podemos encontrar essas trevas exteriores sintetizadas no Umbral. Mas não é o único local em que podemos encontrar espíritos sofredores. Dentro da temática católica, encontramos a figura do Inferno como local de grande sofrimento e punição, inclusive Dante Aleghieri em sua obra-prima, “A Divina Comédia”, categoriza o inferno em nove círculos ou planos. Nessa mesma obra encontramos também a divisão do Purgatório e do Céu. O purgatório é um tema teológico mais recente, e possivelmente não será encontrado em outras religiões. Já o céu, é uma promessa de todas as religiões praticamente, só muda-se a forma como o céu é visto ou esperado.
Mas ainda em questão aos planos de sofrimento, encontro eles divididos em quatro grandes grupos: Umbral, Limbo, Crosta e Inferno. Aqui entramos em um terreno árido, onde pouco se estudou e pouco material dispomos, precisando de certa abstração de pensamento e também um esforço para certas conexões para entender o que lemos em uma obra aqui e outra acolá e sintetizar tudo isso em um só pensamento. Justo por isso, é possível que a minha compreensão desses planos de sofrimento sejam diferentes de outros, mas estou expondo o que estudo e como consegui racionalizar isto, pautado também na intuição e instrução fornecida pelos mentores que me assistem.
Sinteticamente temos que:
O Umbral é o local no astral considerado o Astral inferior. Está localizado justamente na dimensão Astralina (ou espiritual) do plano terreno, logo cada orbe habitada possuiria o seu próprio Umbral. No próprio livro Nosso Lar, é deixado a entendimento de que a própria colônia que dá nome ao livro, estaria localizada no Umbral. Podemos considerar então que o Umbral é um local de transição e é subdividido em diversas áreas, conforme a simpatia e afinidade dos espíritos. Também já me foi dito que TODO ser humano passa pelo Umbral após seu desencarne, porém o tempo e a consciência que ele tomará dessa experiência, depende das suas atitudes nessa encarnação. Logo, um bom espírito passará brevemente e de forma adormecida, já um espírito negativo sofrerá impressões muito piores e durante um bom tempo. Podemos considerar também que o Umbral possua divisões, escalas de ascensão até chegar ao astral superior. Como somos espíritos ainda presos a matéria, muitos acabam ficando nos círculos próximos da crosta terrestre ou nosso plano zero.
A Crosta não é um local de habitação dos espíritos propriamente dito, mas sim o próprio plano terreno. Aqui é onde encontramos alguns espíritos vagantes, errantes e sem rumo. Alguns nem sequer tem consciência de que aqui ainda estão, talvez presos pelas suas vidas anteriores ou por não saberem que morreram. A esses geralmente é dado o nome de Almas Penadas. A maioria dos fantasmas vistos por aí ou são Lêmures² ou são espíritos dessa categoria, de Alma Penada. A crosta não é um local de habitação continua, na verdade há uma intersecção entre o Umbral e a Crosta, então através do magnetismo (pensamento) é possível do espírito em desequilíbrio alternar (muitas vezes sem consciência) entre um plano e outro.
O Limbo já é um outro local complexo. Entendam que tanto o Umbral, quanto o Limbo e o Inferno (a seguir) estão localizados no Astral Inferior. Eles divergem apenas nas suas funções e nas densidades de suas construções. Esse local, é um local incerto, onde ficam espíritos que perderam a capacidade de pensar ou se cristalizaram de tal forma em suas evoluções (involução seria o termo adequado) que perderam qualquer capacidade cognitiva. O Espírito quando desprendido da matéria tem como lembrar dos seus atos passados, de suas experiências e tem acesso aos conhecimentos acumulados, conjuntamento com a sua história. Os Espíritos que habitam o limbo, perderam essa capacidade. É aqui que encontramos os famosos ovoides, espíritos em forma de ovos, que perderam quase que completamente seus perispíritos. São como mônadas, ainda albergando a essência espiritual (o espírito em si), mas enclausurado em um meio que não lhes permite externar nada. Alguns espíritos superiores consegue lhes extrair o pensamento. Infelizmente, muitos desses espíritos acabam perdendo totalmente suas memórias, tendo que passar por experiências de reencarnação para recuperar tudo, desde o inicio. Não perdem as experiências, mas ficam impossibilitados de acessá-las. Com o tempo, através de sucessivas reencarnações, conseguem recuperar o seu corpo espiritual (perispírito) e continuar a sua evolução. Nesse caso, muitas das reencarnações são compulsórias e dão origem a natimortos, bebês com deformidades congênitas que não sobrevivem ao parto. Isso devido a não existir mais uma configuração perispiritual para dar forma ao corpo. Mas por possuírem a essência – ou seja a energia inicial e vital, a centelha divina individualizada – são cobiçados por magos negros do astral inferior, para servirem de dínamos para seus intentos maléficos.
Já o Inferno seria a zona mais profunda do astral inferior, onde estariam as figuras mais nefastas e trevosas. Onde habitariam os verdadeiros demônios (Isso depende da interpretação teológica de cada um, mas acredita-se em entidades maléficas humanas e também as não humanas). Porém, ao contrário do que a crença popular prega, as entidades que habitam esse local estão completamente desinteressadas do ser humano individualmente. Elas raramente se manifestam e veem os seres humanos como insetos incômodos apenas. Logo será bem improvável encontrar a manifestação de uma entidade dessas, ou sequer, chegar até lá através de algum tipo de desdobramento. Os próprios seres espirituais positivos, não conseguem atingir essas zonas e o mesmo se dá com os habitantes negativos deste local, que não conseguem manifestar-se no plano terreno sem o concurso de outras entidades maléficas e negativas das zonas do Umbral. São mais incitadores do que realmente ativistas. O Inferno como visto pelo católico e pelo evangélico é apenas uma construção mental dos seus adeptos, não é real. O Inferno que propomos aqui na verdade não é uma região, mas um estado de consciência ou malignidade.
Claro que as definições que postei aqui se utilizam das nomenclaturas já populares para determinar locais em que julguei mais conveniente. Existem vários pesquisadores e teólogos que irão discordar de mim, e eles estarão corretos mesmo que eu não deixe de também estar, pois tudo o que abordamos é baseado na conjectura e na experiência pessoal. São formas de resumir ou explicitar algo, geralmente do campo das ideias, que estão em um nível de entendimento muito amplo para o pensamento padrão do nosso cérebro. Se achar que há coerência no que escrevi, manifeste-se nos comentários. Se achar que estou completamente equivocado, deixe também seu ponto de vista nos comentários.
¹ Local que ficou célebre devido a obra Memórias de um Suicida, de Yvonne A. Pereira.² Lêmures são elementais do astral inferior. Não são os primatas, de mesmo nome.
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