quarta-feira, 10 de maio de 2017

CABOCLO ARARIBÓIA

Araribóia ou Ararigbóia (em tupi, "cobra feroz" ou "cobra da tempestade") foi cacique da tribo dos Temiminós, do grupo indígena Tupi, em meados do século XVI. O seu domínio era a ilha de Paranapuã (hoje ilha do Governador), na baía de Guanabara, no litoral do Brasil.
Araribóia era cacique dos Temiminós quando os franceses, com o apoio dos Tamoios, tomaram o controle da Guanabara, na então Capitania do Rio de Janeiro, em 1555.
Tendo perdido as suas terras, o cacique e sua tribo seguiram para a então Capitania do Espírito Santo, onde reorganizaram a sua aldeia e expulsaram alguns holandeses.
Quando a Coroa de Portugal enviou ao Brasil o seu terceiro Governador-geral, Mem de Sá, com um contingente de soldados bem armados para retomar a Guanabara aos franceses, os portugueses estabeleceram aliança com Araribóia, conseguindo desse modo reforçar os seus efetivos em cerca de oito mil homens, indígenas conhecedores do território e inimigos dos Tamoios.
A esquadra francesa se instalara na Guanabara em 1556, ocupando uma ilha e ali erguendo um forte. Para se contrapor às forças portuguesas, o comandante dos invasores, Nicolau Durand de Villegainon, firmou uma aliança com os índios tamoios, cerca de 70 mil homens naquela faixa do litoral. O acordo permitiu que as forças enviadas de Salvador por Mem de Sá, governador-geral do Brasil, fossem rechaçadas. Com a unidade da colônia correndo perigo, Mem de Sá mandou vir do reino seu sobrinho Estácio de Sá e o incumbiu de adotar a mesma estratégia dos franceses: arregimentar apoio indígena.
O confronto mais violento ocorreu em Uruçumirim, onde os invasores estavam aquartelados. Galgando penhascos, Araribóia foi o primeiro a entrar no baluarte inimigo. Empunhava uma tocha, com a qual explodiu o paiol de pólvora e abriu caminho para o ataque. Durante a luta, uma flecha envenenada raspou o rosto de Estácio de Sá, que morreu posteriormente, vítima de infecção. O ataque derradeiro, seguiu-se em uma matança noturna. O vitorioso Araribóia amanheceu banhado de sangue francês e tamoio.
Em episódio com contornos de lenda, teria atravessado as águas da baía a nado para liderar o assalto ao Forte Coligny, feito decisivo na derrota aos franceses.
O fato é que, com o seu apoio, a operação portuguesa contra os franceses foi coroada de sucesso, tendo os portugueses recuperado o controle sobre a baía de Guanabara, fundando mais tarde a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Após a derrota dos Tamoios, como recompensa pelos seus feitos, Araribóia recebeu da Coroa Portuguesa a sesmaria de Niterói (em língua tupi, "água escondida"). Converteu-se ao cristianismo e adotou o nome de Martim Afonso, em homenagem a Martim Afonso de Sousa.
Terminou os seus dias em conflito com o novo Governador-geral da Repartição Sul do Estado do Brasil (com sede no Rio de Janeiro), o Dr. António de Salema (1575-1577). Na cerimônia oficial de posse, tendo Araribóia se deslocado de Niterói até ao Rio de Janeiro, sentou-se à moda indígena (com o tronco sobre as pernas cruzadas). O fato veio a desagradar o Governador, que o repreendeu. Araribóia rebateu tal repreensão retrucando: "Minhas pernas estão cansadas de tanto lutar pelo seu Rei, por isto eu as cruzo ao sentar-me, se assim o incomodo, não mais virei aqui!"
O idoso cacique voltou para a sesmaria de Niterói não mais tendo retornado ao Rio de Janeiro. Por incrível que pareça, segundo informa o "Dicionário de curiosidades do Rio de Janeiro", morreu afogado nas proximidades da ilha de Mocanguê-mirim, ainda em 1574.
É considerado o fundador da cidade de Niterói, e uma estátua sua pode ser vista no centro da cidade, fronteira à estação das barcas, com os olhos voltados para a baía de Guanabara e a cidade do Niterói sob sua proteção.
Fonte: wikipedia.com

Que Oxalá nos abençoem sempre

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